quarta-feira, 7 de novembro de 2012

INDIGESTÃO POLÍTICA.



Passada a ressaca deixada pelas urnas e ruminando os substratos ainda mal digeridos dessa farta ceia politiqueira de nossa capital Alencarina, pronuncio-me ainda enlutado: enfim, o vermelho saiu de cena, infelizmente não por uma resposta democrática ou uma vontade do sufrágio livre e independente.
Ao contrário, batizada pela cúpula do PT como “abuso econômico”, o que assistimos foi talvez, um dos maiores assaltos eleitorais deste século, um verdadeiro predatismo democrático, só comparado talvez com o mensalão ( e aqui refiro-me ao verdadeiro mensalão, isto é a privataria) e ao mensalinho do PT, que diga-se de passagem – COINCIDENTEMENTE – saiu dos noticiários e até parece de fato que nunca existiu, senão à época que poderia macular a eleição do Haddad, coisa que pela minha lembrança não ocorreu!
Pois bem, aqui também não são tópicos de um petista amargurado que perdera as eleições, não! Afinal, eleições, diferentemente do jogo-do-bicho e da porrinha, não são cirandas de aposta que se ganha ou que se perde, ao contrário, eleições são inserções de construção de um espírito democrático que devem ser percebidas como processos de emancipação e não como um bingo cujo prêmio e ver quem irá vestir a fantasia do rei momo por quatro anos, tendo não a chave da cidade, mas sim o controle ideológico de um arrebanhado curral de pessoas.
Na verdade, minha indignação não veste cores, até porque, não posso ser maluco de achar que o vermelho que hoje posa nas fotos ainda é aquele vermelho de mutação, ao contrário, está mais para rubro de vergonha do que para sangue e contestação, porém, é ultrajante perceber o quanto fomos usurpados pelo amarelo do baixinho, do pinguim, do pescocinho, enfim, por mais metonímias que utilize tentando caricaturar o futuro prefeito, não chegarei perto de estereotipá-lo com foi estereotipada essa eleição!
O que vimos? Propaganda irregular, governador se licenciando do cargo para fazer “compranha” em cima de uma motinha a La Restart, êxodo de “militantes” de cidades circunvizinhas para fazer o oba- oba no dia do sufrágio, compra descarada de opinião e gratificações para quem trazia a fotinha da maquilec (urna) após a votação, enfim, uma verdadeira  farra muito mais próxima de uma disputa passional de Parintins, apesar da diferença das cores, do que um momento de construção democrática.
Mas em uma coisa acertaram em cheio: NA COR! O AMARELO, afinal, representa o sorriso desconfiado de quem fez um ilícito e pretende esconder, o amarelo da falta de hemoglobina, afinal é assim que estamos; anêmicos de democracia. O amarelo das mãos de quem esconde a flatulência, o amarelo de uma placa bacteriana que implode a dentição. Porém, parabéns aos amarelos, e muita “sorte” para administrar as verbinhas da Copa, afinal, Fortaleza terá uma gestão plena de infraestrutura: viadutos, túneis e congêneres, porém , o povo não come asfalto, além disso, serão mais e mais vias entupidas pelo caos já existente.
No mais, acredito que Fortaleza perdeu duas vezes: no primeiro turno, quando concedeu vitória a Elmano, e no segundo quando o derrotou.

Um comentário:

  1. Ah meu caro,vimos uma das piores secas do interior do estado e,ao mesmo tempo,o ilustre governador pedindo licença de sua função e fechando os olhos para os mais necessitados. Vimos a campanha mais cara da história do estado e umas das primeiras do Brasil,investimentos absurdos que deixam uma pergunta no ar: Como empresários,empresas,os "doadores" financeiros dessa campanha irão ser reembolsados??? Eles não serão,afinal,foi tudo doação.Claro! No que diz respeito ao vermelho,o grande erro foi posar ao lado da futura ex-prefeita,foi dar as mãos e deixa-la subir no mesmo palanque. A eleição foi perdida nesses momentos,nesses falhos momentos. Ao saber o resultado,vitória ao time amarelo,um amigo fez um comentário de forma brilhante: "Não vale ficar com raivinha nem se arrepender depois." Agora vamos aproveitar a copa,vamos aproveitar as obras federais,os recursos federais e fazer as obras de infraestrutura e levar todo o mérito perante os mais ignorantes!

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