Passada
a ressaca deixada pelas urnas e ruminando os substratos ainda mal digeridos dessa
farta ceia politiqueira de nossa capital Alencarina, pronuncio-me ainda
enlutado: enfim, o vermelho saiu de cena, infelizmente não por uma resposta
democrática ou uma vontade do sufrágio livre e independente.
Ao
contrário, batizada pela cúpula do PT como “abuso econômico”, o que assistimos foi talvez, um dos maiores assaltos eleitorais deste século, um verdadeiro
predatismo democrático, só comparado talvez com o mensalão ( e aqui refiro-me
ao verdadeiro mensalão, isto é a privataria) e ao mensalinho do PT, que diga-se
de passagem – COINCIDENTEMENTE – saiu dos noticiários e até parece de fato que
nunca existiu, senão à época que poderia macular a eleição do Haddad, coisa que
pela minha lembrança não ocorreu!
Pois
bem, aqui também não são tópicos de um petista amargurado que perdera as
eleições, não! Afinal, eleições, diferentemente do jogo-do-bicho e da porrinha,
não são cirandas de aposta que se ganha ou que se perde, ao contrário, eleições
são inserções de construção de um espírito democrático que devem ser percebidas
como processos de emancipação e não como um bingo cujo prêmio e ver quem irá
vestir a fantasia do rei momo por quatro anos, tendo não a chave da cidade, mas
sim o controle ideológico de um arrebanhado curral de pessoas.
Na
verdade, minha indignação não veste cores, até porque, não posso ser maluco de
achar que o vermelho que hoje posa nas fotos ainda é aquele vermelho de
mutação, ao contrário, está mais para rubro de vergonha do que para sangue e
contestação, porém, é ultrajante perceber o quanto fomos usurpados pelo amarelo
do baixinho, do pinguim, do pescocinho, enfim, por mais metonímias que utilize
tentando caricaturar o futuro prefeito, não chegarei perto de estereotipá-lo com
foi estereotipada essa eleição!
O
que vimos? Propaganda irregular, governador se licenciando do cargo para fazer “compranha”
em cima de uma motinha a La Restart, êxodo de “militantes” de cidades
circunvizinhas para fazer o oba- oba no dia do sufrágio, compra descarada de
opinião e gratificações para quem trazia a fotinha da maquilec (urna) após a
votação, enfim, uma verdadeira farra
muito mais próxima de uma disputa passional de Parintins, apesar da diferença
das cores, do que um momento de construção democrática.
Mas
em uma coisa acertaram em cheio: NA COR! O AMARELO, afinal, representa o
sorriso desconfiado de quem fez um ilícito e pretende esconder, o amarelo da
falta de hemoglobina, afinal é assim que estamos; anêmicos de democracia. O
amarelo das mãos de quem esconde a flatulência, o amarelo de uma placa
bacteriana que implode a dentição. Porém, parabéns aos amarelos, e muita “sorte”
para administrar as verbinhas da Copa, afinal, Fortaleza terá uma gestão plena
de infraestrutura: viadutos, túneis e congêneres, porém , o povo não come
asfalto, além disso, serão mais e mais vias entupidas pelo caos já existente.
No
mais, acredito que Fortaleza perdeu duas vezes: no primeiro turno, quando
concedeu vitória a Elmano, e no segundo quando o derrotou.