Não gosto da alcunha, do adjetivo, da qualificação “intelectual”,
no país que habitamos, de paradoxos abissais em relação às oportunidades,
soa-me sempre como perjôro-adjetivo! Afinal, para o resto da humanidade que não
é contemplada por tal pseudo-adjetivação é como se o “intelectual” fosse uma
figura decorativa, alegórica e estática! Fadada ao exclusivo exercício do
pensar!
Tomando como cabide para minha fala, cito o grande Poeta
Arnaldo Antunes o qual, juntamente com Paulo Miklos, conseguem, apesar de não
ter sido o propósito de seu texto, ancorar minha fala:
“O meu exercicio predileto é pensar
Passo muitas horas do dia pensando, só pensando
Às vezes levo o meu corpo para passear
Enquanto ele faz cooper eu fico esperando...”
Passo muitas horas do dia pensando, só pensando
Às vezes levo o meu corpo para passear
Enquanto ele faz cooper eu fico esperando...”
Ora, mas a figura da intelectualidade não pode
nem deve ser refém do corpo, pois assim, seria refém da ação, ou melhor contribuiria para a omissão, desta
feita, prefiro ao invés do adjetivo intelectual, o substantivo intelectação,
uma variação do verbo intelectar, pois assim, seria então um intelectuador
aquele que se dispusesse, a partir do pensamento gerar uma ação reformuladora,
transformadora, educativa!
Eis que ontem nasceu o verbo, espero que, assim
como uma erva daninha, prolifere-se, para usar um termo da moda: viralize!
Abram alas para o Educando Com(ns)Ciências! A subversão do adjetivo e a
incorporação do verbo. Que possa promover intelectação e contribua socialmente
na promoção da cidadania!